A queda da moeda brasileira e o orçamento de Lula
A queda da moeda brasileira e o orçamento de Lula
A moeda brasileira teve um dos piores desempenhos do mundo no ano passado, uma vez que novo pacote fiscal do presidente Lula assustou os mercados. As quedas mais acentuadas ocorreram em dezembro, quando o banco central foi forçado a fazer sua maior intervenção nos mercados de câmbio, usando mais de US$ 30 bilhões de suas reservas internacionais.
Mapeamos o enfraquecimento do real ao longo de 2024 e destacamos os principais momentos.
Como muitas moedas de mercados emergentes, a fraqueza do BRL foi em parte uma imagem espelhada da força do dólar e do cenário prolongado de taxas de juros elevadas nos EUA. O Federal Reserve adiou os cortes de juros até meados de setembro, enquanto o Banco Central brasileiro manteve uma postura dovish até maio.
Em abril, o real despencou quando a divulgação de dados de aquecimento econômico nos EUA coincidiu com uma revisão para baixo do superávit fiscal do Brasil.
A vitória de Donald Trump nas eleições dos EUA também colocou o BRL sob pressão, já que as promessas tarifárias do presidente eleito elevaram o USD.
Em 28 de novembro, o governo Lula anunciou seu novo pacote fiscal, que incluiu cortes modestos de gastos e aumentos de impostos sobre os ricos. A reação do mercado foi rápida: o dólar subiu para o patamar inédito de R$ 6. As medidas fiscais foram consideradas insuficientes para reduzir o déficit público e estabilizar a crescente dívida pública, que atualmente está em 78% do PIB. Isso representa um aumento de 7 pontos percentuais em relação aos 71,4% registrados na posse de Lula em janeiro de 2023.
Em dezembro, além da intervenção cambial, o Banco Central do Brasil elevou as taxas de juros em 1 ponto percentual, para 12,25%. Isso coincidiu com um corte do Fed uma semana depois. Ainda assim, o real permanece significativamente mais fraco do que os níveis de novembro.
A maior economia da América Latina permaneceu aquecida até 2024, impulsionada pelos gastos das famílias e do governo; o desemprego atingiu uma baixa histórica de 6,1% em novembro. Esse ritmo tende a desacelerar em 2025 à medida que a moeda fraca alimenta a inflação (que deve se aproximar de 5% este ano) o que deve levar o banco central a apertar ainda mais os juros. Os mercados esperam que a taxa básica atinja 15% até o fim do ano.
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Fontes: CEIC EPRF Insights – Industry Report.